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A Cultura Cabocla

         "Até as primeiras décadas do século XX, Chapecó contava com a presença de indígenas e caboclos, os ancestrais caboclos, os troncos velhos, para cá vieram oriundos de diversos pontos do país. Alguns, os da Colônia Militar de Chapecó, instalada onde atualmente é território de Xanxerê, eram procedentes de estados do Nordeste, os chamados nacionais, e aqui permaneceram. Outros tem ancestrais indígenas, seja Kaingang, ou Guarani. Uma parte descende de escravos ou ex escravos. Uns são egressos das fazendas de criação de Palmas, Lages ou do Rio Grande do Sul. Houve quem se embrenhasse nas matas, colhendo erva mate e fazendo pequenas roças. Fizeram-se presentes combatentes e ex-combatentes da Revolução Federalista. Há aqueles que buscaram a terra depois da expulsão pelas colonizadoras do Rio Grande do Sul. Não há um fenótipo que caracterize todo o povo caboclo. É uma etnia que partilha de valores comuns, como a solidariedade, o destemor, a religiosidade popular, a honra, valores em relação ao tempo, sem preocupação em acumular; fazer para viver bem hoje.
         Grande parte do caboclos não viam razão para comprar as terras, consideradas infinitas. Sempre havia um pedaço de chão para a luta da erva, criação de animais soltos e construção de seus ranchos à beira de olho d'água. Seu modo de vida tradicional é expresso a partir das suas festas, crenças, modo de plantar, colher, pastorear, orientados por seus saberes específicos." (Inventário da cultura imaterial cabocla no oeste de Santa Catarina, Editora ARGOS, 2008)
 

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